Estudos sobre as formas de sociabilidade nos espaços rurais constituem-se em base importante no desenvolvimento das ciências sociais. A rigor, o próprio desenvolvimento da sociologia como disciplina, ao referir-se prioritariamente aos problemas da sociedade industrial, fundou-se em interpretações ora de polarização, ora de complementaridade entre as sociedades rurais e a moderna noção de urbanidade.
Mutações no mundo rural contemporâneo têm introduzido novos ingredientes às interpretações sobre a dinâmica do “mundo rural”, estimulando a redefinição de temas e objetos de análise. Esta redefinição não deixa de evidenciar tensões teóricas próprias das ciências sociais, sobretudo na medida em que demandam a reelaboração de abordagens interpretativas e de categorias analíticas.
No Brasil, os temas correntes de nossas sociabilidades rurais (tais como a questão agrária, relações de gênero, gerações e trabalho) se articulam a novas questões engendradas no contexto da contemporaneidade (como, por exemplo, as relativas ao meio ambiente e às novas formas de conflito e de participação social) orientando o olhar do pesquisador também para as esferas da cultura, das subjetividades, da memória e das identidades.
Diante deste contexto da fronteira do debate sociológico sobre ruralidades, o grupo de pesquisas Ruralidades, Ambiente e Sociedade – RURAS – tem como objetivo principal contemplar essa diversidade temática, desenvolvendo estudos sustentados na articulação dos temas clássicos da sociologia rural com as categorias analíticas que hoje se colocam como novos instrumentais teórico-metodológicos para este campo de estudos.
O RURAS tem sede no Departamento de Sociologia da UFSCar. Integra pesquisadores vinculados a diferentes instituições do país, tais como a própria UFSCar, a Universidade do Estado do Pará (UEPA), a Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), a Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas (IFAL). Atualmente possui pesquisas financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP), pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).